Pedro Falabella debate Microcrédito Produtivo em seminário

BRASÍLIA – O presidente da Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento, ABDE, e da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), Pedro Falabella, participou nos dias 15 e 16 de julho, em Brasília, do III Seminário do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO). Integrante da mesa de abertura do evento, ao lado de Max Coelho, Coordenador do PNMPO, de Vanderley Ziger, Presidente da Ancosol; e do Senador Cristóvão Buarque (PDT), Falabella arrancou aplausos da platéia que preencheu todo o auditório do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).

No segundo dia do evento, o presidente da Afeam fez uma apresentação sobre o tema Propostas de Ampliação da Rede de Instituições de Microcrédito Produtivo Orientado, e disse que as agências de fomento são canais naturais para a formação de tais redes. Mas, alertou que certos paradigmas precisam ser quebrados. Falabella fez menção direta ao Fundo de Amparo ao Trabalhador, FAT, ao qual atribuiu necessidade de revisão às formas de acesso. “O FAT é um recurso muito caro para se fazer microcrédito. Para que se possa criar redes de microcrédito é necessário, antes de tudo, compartilhar os riscos, que não podem ficar exclusivamente por conta da instituição que recebe o funding”, explicou Falabella.

Defensor da idéia de que o microcrédito não é uma forma de distribuição de renda, Falabella alertou para o fato de que toda e qualquer ação de crédito deve ter como regra de procedimento a assistência e o acompanhamento. Afirmou, também, que o microcrédito tem que ser o fomentador de uma atividade produtiva, o que significa transformar o tomador do crédito num ente produtivo, em alguém que tenha condições de melhorar de vida.

“A expressão qualidade de vida é uma linha tênue que verte para a utopia do discurso. O tomador do microcrédito precisa ter em mente que ao dar início a uma atividade, não está colocando em jogo apenas o futuro do seu negócio, mas também o de sua família. Aquele que procura uma instituição de crédito por se encontrar desempregado está absolutamente equivocado, confundindo uma ação de fomento – que tem como finalidade promover o desenvolvimento social e econômico do país – com doação, algo totalmente diferente e que tem formas e canais de abordagem específicos”, esclareceu Falabella.

Sobre o III Seminário do PNMPO
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio do PNMPO, e com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, promoveu, em Brasília, no auditório do IPEA, o III Seminário do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado: Desafios e Perspectivas para o Microcrédito Produtivo Orientado.

No dia 17, foi realizado um encontro entre as Instituições de Microcrédito Produtivo Orientado e as instituições financeiras públicas e privadas, a saber: BNDES, ABDE, Fundação Getúlio Vargas (FVG) Associação das Organizações de Microcrédito, Amcred, Ipea, Bacen, Afeam, entre outros, com o intuito de debater assuntos pertinentes às operações de microcrédito, tais como o microcrédito como instrumento de valorização do trabalho humano e de combate à pobreza, políticas e desafios para o PNMPO, integração de políticas públicas (crédito e outros instrumentos de combate à pobreza), estimulação a formalização dos empreendimentos e sistema de garantias de crédito para o microcrédito.

Funding
O funding é a consolidação financeira das dívidas em curto prazo num período adequado à maturação do investimento e sua amortização. O processo de funding ocorre quando empresas não-financeiras negociam junto ao mercado de capitais, para mobilizar fundos de longo prazo necessários à estabilização financeira do investimento, através dos lançamentos de títulos de dívidas direta em longo prazo e/ou direitos de propriedade.