Governo define cadeias produtivas que terão prioridade de financiamento em 2018 por sub-região do Amazonas

Em 2018, a prioridade da política de financiamento do Governo do Amazonas será o setor primário, com o fomento de cadeias produtivas por sub-região, atendendo assim potencialidades do agronegócio em todo o território amazonense. As estratégias foram definidas no 17º Encontro Técnico dos Agentes do FMPES, fundo que financia a política de crédito desenvolvida pela Agência de Fomento do Estado do Amazonas S.A. (AFEAM).

Após dois dias de debates na sede da AFEAM com os órgãos do Sistema Sepror (Secretaria de Produção Rural), como a Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Idam, além da Federação da Agricultura e Pecuária (FAEA) e o Sebrae, chegou-se ao consenso de focar o crédito rural em cadeias produtivas, mapeadas em oito sub-regiões do Estado. Dos R$ 40 milhões de orçamento da Agência de Fomento para o setor, R$ 20 milhões serão para essa finalidade.

Na sub-região do Alto Solimões, prioridade para as cadeias produtivas da castanha, fruticultura e manejo de pirarucu; na sub-região do triângulo Jutaí/Solimões/Juruá, esforços direcionados à mandioca, manejo do pirarucu, pesca e castanha; no Purus, castanha, pecuário de corte e de leite e fruticultura; no Juruá, fomento à fruticultura, mandioca e pecuária; na sub-região do Madeira, castanha, pecuária de leite e de corte, piscicultura e fruticultura.

No Alto Rio Negro, maiores esforços junto aos produtores que desenvolvem as culturas da mandioca, castanha, fibras e cipós; na sub-região do Rio Negro/Solimões, fruticultura, castanha, piscicultura, hortifrutigranjeiros, hidroponia, bubalinocultura e pecuária de corte e de leite. E por fim, na sub-região do Médio Amazonas, maiores investimentos na pecuária de corte e de leite e avicultura, fruticultura, culturas industriais (guaraná e cacau) e piscicultura.

Desenvolvimento sustentável
O Presidente da AFEAM, Alex Del Giglio, explica que a lógica que norteou a definição das estratégias é investir no fomento de atividades com maiores potenciais e que podem ter a cadeia produtiva fechada, atendendo do produtor rural, passando pelas atividades de processamento e comercialização. “A ideia é investir em atividades que já demonstram potencial, pois buscamos o desenvolvimento sustentável, ainda que não deixaremos de oferecer o microcrédito ao produtor”.

A valorização das cadeias produtivas, na avaliação do Secretário Executivo da Sepror, Airton Schneider, com orçamento por sub-região do Estado vai potencializar a aplicação de recursos, com amplos resultados na geração de emprego e renda além do curto prazo. “O orçamento aumentou para o setor primário, que tanto necessita, e aplicá-lo da melhor forma também é um grande desafio”.

Além dos R$ 20 milhões que a Agência de Fomento destinará aos projetos estruturantes, onde se enquadram as cadeias produtivas, outros R$ 15 milhões serão exclusivos para financiar o produtor individualmente. O orçamento total para o crédito rural se completa com mais R$ 5 milhões, voltados ao estímulo de negócios nas feiras e exposições agropecuárias.

A valorização das feiras, aliás, foi destaque na fala do presidente da FAEA, Muni Lourenço, no enceramento do encontro nesta sexta-feira. “Fico feliz com a preocupação do Governo do Amazonas com setor primário e com as feiras, que devem promover negócios”. O diretor técnico da ADS, Ramonilson Gomes, ressaltou que a comercialização é justamente “um dos maiores desafios do produtor rural”. Para o representante do Idam, Samuel Farias, ter aumentado o crédito para o setor foi uma ousadia que contará com a extensão técnica do órgão na promoção de atividades sustentáveis.

Indústria, comércio, serviços
A assessora técnica do Sebrae Amazonas, Maria José, destacou as propostas de aperfeiçoamento dos procedimentos voltados aos financiamentos dos demais setores econômicos, do microcrédito ao crédito de varejo. Como destacou, a revisão torna mais assertiva a aplicação dos recursos, que visam gerar emprego e renda, sobretudo no momento de economia em crise, com elevada taxa de desemprego. O Sebrae é parceiro da AFEAM na oferta do crédito junto aos empreendedores das atividades comercial, industrial e de serviço. Da mesma forma é o Idam na relação com o setor primário.